sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Confissões de uma ex-paladina

Um paladino é um herói cavalheiresco, errante e destemido, de carater inquestionável que segue sempre o caminho da verdade, lei e ordem, sempre disposto a proteger os fracos e lutar por causas justas. A palavra Paladino vem do latim palatinus (relativo a palácio), por sua vez derivado do Palatino, uma das sete colinas de Roma(Fonte: Wikipédia)

Me deram um reforço no motivo inicial da minha verborragia (ver post anterior) e por isso, eu me senti compelida a escrever (de novo). 2 posts em um dia depois de anos sem postar? Uau.

Vejamos... Gente é uma merda. MESMO!  A frase é velha, mas muito realista: Quanto mais eu convivo com gente, mais eu gosto dos meus cachorros. 

Por opção pessoal, estou cortanto toda e qualquer convivência desnecessária. Eu tenho família, eu tenho amigos, eu tenho gente que obrigatóriamente me rodeia. Pra que diabos vou atrás de mais gente, principalmente gente atrás do teclado que fala o que quer e se morde todo quando ouve o que não quer? Pois é. Cansei.

Já fui paladina em tempos passados. Perfilhava minhas epifanias. Tinha essa coisa ingênua de achar que se alguém estava mentindo era porque não sabia a verdade. Só existe dois tipos de pessoas que mentem: As que acreditam nas suas mentiras e não estão nem um pouco interessadas em uma suposta iluminação, e as que mentem porque são cretinas mesmo. E essas definitivamente estão em um estágio em que qualquer iluminação é impossível. Elas já foram iluminadas e preferiram apagar a luz.  Ok, existem os mitomaníacos também, mas isso é outra história, mesmo que em menor grau se trata de uma patologia e normalmente envolve mentiras brancas (que viram um grande bagunça em suas vidas pelo acúmulo de uma mentira em cima da outra, mas que começaram como mentiras brancas). Mas não estamos falando disso. 

Fui descobrindo da pior maneira possível que não me cabe convencer ninguém. Eu achava mesmo que se eu falasse francamente com as pessoas, se elas estivessem mentindo por não saber a verdade elas iriam ser convencidas. E que o meu falar iria atingir também os mentirosos do mal, uma vez que iria os desmascarar. Ingenuidade pura.  Isso seria verdade em um mundo perfeito, de pessoas civilizadas, mentalmente capacitadas e de boa índole. Ou seja, isso nunca seria verdade. Porque as pessoas são gente. São egoistas, auto-centradas, culturalmente treinadas a levar a risca a Lei de Gerson e tentar levar vantagem em tudo. São mal resolvidas, mal amadas, amargas e invejosas. São gente.  E eu definitivamente odeio gente.

Foi frustrante no começo. Depois eu me acostumei. Exceto se me atingir direta e violentamente, ou seja, se de fato for fazer alguma diferença na minha vida, no convívio com quem eu realmente amo, com quem se importa de fato comigo, eu ligo o foda-se. Se for possível, nem conhecimento eu tomo.  Meu atual descaso com a rederpg veio dai. Não gostaram de alguma coisa? Eu com isso. Não devo NENHUMA satisfação a esses ilustres desconhecidos e pouco me dá o que falam de mim pelas costas. Nenhum deles paga as minhas contas, educa meus filhos, trabalham no meu lugar ou sequer alegram meu dia. Nenhum deles me importa em última análise. E o que eles falam também não. 

Óbvio que não é algo generalizado. Óbvio que o que quer que eu faça é bom eu fazer bem feito, mas por mim, não pelos outros. Então se não está tão bem feito assim, de fato ou na opinião alheia, é algo que EU vou ter que conviver. E ponto final.  A idéia é que quando vem me cobrar como se eu tivesse a obrigação de, quando de fato eu não tenho, a minha paciência já esgotou.  Se eu não gosto de algo, eu não leio/uso/vejo/faço.  Não me cabe MESMO ficar reclamando de quem fez. É o que eu penso e agora é como eu ajo. Antes eu tentava dar satisfação, ou dizer que não era bem assim, ou tentar me defender de alguma forma. Hoje, exceto quando o Marcelo me pede com muito amor e carinho para responder, eu simplesmente ignoro.

Eu não sei se isso, se me descobrir completamente impaciente com gente e suas idiossincrasias, e me lixar para o que falam de mim é propriamente uma vantagem, uma conquista, uma coisa boa ou algo assim. Mas me coloca numa posição cômoda no mundo. Não gostou? Azar.  Tá com dorzinha de cotovelo e falando mal de mim? Só lamento. Não tem mais o que fazer além de me caluniar? Bem faço eu que moro lá em cima e.... pois é... quem tem que entender entendeu.

E daqui, da minha posição cômoda, me corta o coração que quem me é caro ainda se importe com essas coisas. Gentinha invejosa, de poucos amigos, que não querem trabalhar mas querem os louros advindos do trabalho, que não sabem ser contrariadas, que não aprenderam que tem sempre alguém que manda e alguém que é mandado e se acham fodas demais para serem mandados, e ai, quando algo não sai do jeito que querem, fazem pirraça que nem de criança de 3 anos ao ser contrariada... batem o pezinho e fazem beicinho e xingam o outro de feio, bobo e mal.  Get a life (em inglês é tão melhor... "Vá viver" não tem a mesma força semântica)! Ou ainda, virem pro lado, ponham o dedinho na boca e durmam. E acima de tudo, me deixem em paz.  Não que fizesse diferença dizer isso para eles, mas pronto, disse.

Marcelo me ligou hoje mais cedo super chateado. E quando ler o que acabei de ler (o que me motivou a escrever isso), vai ficar mais chateado ainda.  Defeitos a parte, porque ele tem muitos (e eu, e todo mundo também), o cidadão está lá no Rio, trabalhando, 2 semanas longe de casa (maldito vestibular do Marcelinho... em novembro vai ser ainda pior! Quase o mês todo porque não rola vir num dia e voltar no mesmo! :( ) , no meio do Fecem que já o deixa estressado, e tem que lidar com dorzinha de cotovelo e deturpações da verdade (além de mentiras descaradas) e infelizmente, ele ainda não sabe ou não quer ligar o foda-se.  

Ai eu queria ser paladina de novo. Não para jogar a verdade no ventilador doendo a quem doer. Não para tentar convencer as pessoas de que tal ou qual coisa é mentira. Ou para desmascarar esse povinho medíocre que não tem mais o que fazer. Queria ser paladina só para convencer ao Marcelo que o que quer que eles falem, não afetam em nada a vida dele. Não faz diferença. Não muda nada. Não ilumina nem a ele, nem a quem fala, nem a ninguém. Não paga as contas no fim do mês. Não cultiva a consciência tranquila que é a chave de ser feliz. Não nos priva das coisas que realmente importam. Simplesmente não valem a paga.  Mas de novo, completamente inútil. A gente só convence a gente mesmo. Em dias de sorte. E olhe lá. 

(PS: Definini Perfilhar no primeiro post. Defini Paladino neste post. Achei esse formato interessante: escolher uma palavra para ser a central do post e defini-la antes de começar. Se eu continuar com esse blog, vai se legal se eu conseguir manter esse formato. )

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