Ensinar o conceito de bondade e de justiça tendo a natureza como pano de fundo é muito complicado. Porque essas coisas simplesmente não se encaixam no tal do ciclo da vida... E no nosso antropomorfismo, instinto e crueldade estão alí, emparelhadinhos, certas vezes...
Ou a gente é que é neurótico mesmo, e dramatiza o natural. De qualquer eu não disse nada. Fiz, pela primeira vez, o que até então eu só tinha visto em filme. Maqueei a verdade porque me disseram que ia ser melhor assim. E mais de uma vez achei que foi uma péssima idéia. Mas fiz meu papel de deixar o cenário o mais neutro possivel para que a história que se criou ficasse no lugar da história que aconteceu, a história natural, literalmente falando...
Achei que era uma péssima idéia até eu ir lá in loquo... E o que eu vi foi algo que realmente, ela não devia ver. Não precisava ver. Não merecia ver.
E ai entramos em outro quesito moral, da mesma ordem da dúvida se é possivel imputar a palavra crueldade ao que é puro instinto. E o outro quesito é se a verdade é tão elástica assim... Se tal história é da mesma família do Papai Noel existe sim. Se é só faz de conta. Ou se é só protecionismo barato fruto da nossa neurose de determinar quem está pronto para que realidade... E mais, para me poupar o trabalho de explicar porque a natureza é supostamente cruel, mas a gente não deve ser. Ou porque acreditar na justiça se na natureza a punição não tem nenhuma relação com o pecado.
Domingo atípico. Tão atípico que eu nunca desejei tanto que já fosse segunda feira...
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